Uma lenda grega
Cap?tulo 1: O anel
Eu sempre fui fascinado por mitologia grega. Est?rias de deuses,
semideuses, her?is, monstros me acompanharam desde a minha mais tenra
inf?ncia e mantiveram minha imagina??o ocupada. Sendo "um vagabundo",
como minha m?e costumava dizer eu tinha bastante tempo para dedicar a
este hobby. Na verdade eu era "um vagabundo sortudo", pois um tio
havia falecido e deixado DM 500.000,00 de heran?a que eu mantinha em
uma conta de investimento. Eu n?o era exatamente rico, mas tamb?m n?o
precisava trabalhar, assim eu passava os dias dormindo at? tarde, at?
quase a hora do almo?o, aumentando minha cole??o de livros e artefatos
ligados ? mitologia grega. Eu dizia que era investidor na bolsa
(B?rse), o que significava basicamente que um funcion?rio do banco
investia meu dinheiro e eu coletava regularmente parte dos lucros.
Eu n?o era solit?rio neste interesse em assuntos da Gr?cia antiga. Meu
amigo Phillip, tamb?m amava a mitologia. Sendo o propriet?rio de um
antiqu?rio e de uma livraria de livros antigos (herdados, ? claro) ele
tinha amplo acesso aos artefatos que ambos ador?vamos e quase tanto
tempo livre quanto eu para se dedicar a eles. Mesmo o fato dele ser um
homossexual convicto (do tipo que vai todo ano ? Parada gay de Col?nia
vestido de odalisca) n?o afetava nossa amizade.
Certa vez Phillip desapareceu por semanas. Isto n?o era propriamente
estranho, j? que ele costumava sair em "expedi??es de campo",
supostamente para adquirir artefatos para sua loja, mas que eu
desconfiava ser uma desculpa para ir praticar turismo sexual em algum
pa?s do terceiro mundo. O que realmente me preocupou foi o telefonema
que recebi depois que ele retornou:
-"Richard, venha ? minha loja hoje ? noite, depois do expediente"
-"Ol? Phillip, como foi sua viagem?" respondi, ignorando completamente
seu pedido.
-"? s?rio Richard, por favor, venha!"
-"O que ? t?o importante assim, voc? n?o pode me dar uma dica?"
-"Eu n?o posso falar no telefone, por favor, venha ainda hoje! Bata
tr?s vezes na porta e eu abrirei", ele completou e, em seguida,
desligou.
Eu achei seu comportamento muito estranho, mas n?o era a primeira vez
que Phillip fazia um drama a respeito de algum artefato que ele
adquiria em suas viagens. Como eu disse acima, eu tinha muito tempo
livre, assim decidi fazer a sua vontade. Em seguida me dediquei ao que
fazia antes de receber o telefonema, ou seja, absolutamente nada.
Mais tarde naquele dia eu fui at? sua loja e fiz o que pediu, bati
tr?s vezes na porta. Eu pensei que talvez isto fosse algum tipo de
pegadinha e considerei se Phillip n?o estaria sentado confortavelmente
em sua poltrona, assistindo o notici?rio e rindo de minha ingenuidade,
mas em seguida ouvi passos dentro da loja e Phillip parou atr?s da
porta trancada, perguntando:
-"Richard, ? voc??"
-"N?o, ? o Papai Noel, abra logo esta droga de porta!" respondi
irritado.
Ele destrancou a porta, me puxou para dentro e trancou novamente a
porta atr?s de mim. Eu j? estava ficando cansado desta atmosfera de
filme de espi?o. Ent?o ele tirou um pequeno objeto de tr?s de seu
balc?o, um anel, e me deu para analisar, dizendo:
-"O que voc? acha disto?"
Era um pequeno anel de bronze. De repente meu respeito pelos medos de
Phillip ficaram maiores. Era um anel de bronze de formato irregular,
eu pensei se eu n?o teria em minhas m?o um genu?no anel da idade do
bronze grega, se fosse este o caso ele valeria uma fortuna! Eu
continuei a examin?-lo. Na parte superior havia uma ?rea plana com um
baixo relevo desgastado representando tr?s mulheres unidas por uma
corda. A imagem, de t?o gasta, j? n?o tinha mais detalhes, mas a
alus?o ao mito das Moiras era evidente. Eu devolvi o anel a Phillip e
disse, em toda minha frieza germ?nica:
-"Bela pe?a, ? realmente um anel da idade do bronze?"
Ele ignorou minha pergunta e disse:
-"O anel ? m?gico!"
-"Phillip, voc? j? ? adulto, n?o deveria acreditar mais em contos de
fadas!"
-"? verdade, eu mesmo testei!"
Eu tentei permanecer s?rio, tendo uma enorme dificuldade em n?o rir,
enquanto meu amigo explicava o que havia de "m?gico" naquele anel. Ele
contou que quem pusesse o anel no dedo seria transportado para o mundo
das lendas gregas no papel de um dos personagens principais,
retornando ao mundo real quando a lenda se consumasse (ou seja, quando
a est?ria terminasse). Ele elaborou mais, dizendo que colocar o anel
na m?o direita iria levar o usu?rio a este mundo em um papel
masculino, enquanto que usar o anel na m?o esquerda levaria a um papel
feminino. Ele terminou esta bobagem dizendo:
-"Diz-se que o anel pertenceu ao pr?prio Homero e que foi assim que
ele escreveu a Il?ada e a Odisseia".
Ent?o ele descreveu seus "experimentos", disse que usou o anel duas
vezes na m?o direita, tornando-se na primeira vez Aquiles no epis?dio
da morte de Heitor e na segunda vez sendo Jas?o na busca do velocino
de ouro. Na terceira vez ele tentou a m?o esquerda, vivendo a lenda do
nascimento de Afrodite como a pr?pria deusa, ent?o ele disse, com
l?grimas nos olhos:
-"Voc? n?o pode imaginar como ? ser formada a partir da espuma do mar
e assumir a forma da mulher mais bela do universo!"
Com certeza eu conseguia imaginar que efeito este tipo de ilus?o teria
sobre meu amigo. Ouvindo silenciosamente toda esta baboseira e
considerando se n?o seria o caso de chamar os enfermeiros para
intern?-lo em um hosp?cio, eu perguntei:
-"O que voc? quer que eu fa?a com este anel?"
-"Eu preciso ter certeza que n?o estou ficando louco, eu quero que
voc? o teste!"
Eu estava contente em perceber que meu amigo pelo menos considerava a
hip?tese de estar biruta. Em seguida ele me deu o anel, ele deu mais
algumas recomenda??es e eu fui para casa. Ele disse que eu deveria
fazer o experimento em um ambiente controlado, pois a transi??o entre
os dois mundo poderia ser violenta.
Eu cheguei em casa, me despi (ele me dissera que na primeira
experi?ncia ele usara o anel com suas roupas, indo parar no meio de um
campo de batalhas vestido de terno e gravata, ou seja, sem armadura,
sorte que ele estava na pele de Aquiles, sen?o teria sido massacrado
no lugar). Eu brevemente considerei se n?o devia fazer isto e
simplesmente dizer a Phillip que eu tentara usar o anel, mas que ele
n?o funcionara. Ent?o eu decidi que n?o faria mal nenhum fazer a
vontade de meu amigo e colocar o anel, com a certeza de que nada
aconteceria. Sendo destro eu o peguei com a m?o direita e coloquei no
dedo anular esquerdo e senti uma tontura... de repente a luz do quarto
apagou. Eu estava nu e descal?o, de p? no meio de uma floresta. Eu n?o
conseguia ver nada, mas "percebia" que era uma floresta e sentia as
folhas ca?das sob meus p?s. Eu conclui que era uma floresta temperada
no outono, o que era surpreendente, pois est?vamos no meio do ver?o no
mundo "real". J? que a "ilus?o" de Phillip era evidentemente real, eu
aceitei que havia sido transportado de alguma forma para o mundo grego
m?tico. Havia algo errado (ou melhor, diferente) com meu corpo, mas eu
n?o conseguia precisar o que era. Quando minha vista se acostumou ?
escurid?o eu percebi que ela n?o era t?o completa assim, alguns raios
de luar passavam pelas aberturas nas copas das ?rvores.
Eu me movi agilmente evitando as ?rvores, eu tinha uma esp?cie de
intui??o quanto ao caminho a seguir, mesmo vendo muito pouco. Consegui
chegar ? borda da floresta, ? beira de um pequeno lago. Ele tinha mais
ou menos 100m de di?metro e estava totalmente calmo, j? que n?o havia
vento naquela noite. A lua cheia me permitia ver alguma coisa e me
curvei para frente para observar minha face no reflexo da ?gua.
Fazendo isto eu senti meus longos cabelos loiros deslizarem sobre meus
ombros. "Meus cabelos?", eu pensei. "Eu n?o tenho cabelos loiros, meus
cabelos s?o pretos e curtos!". S? ent?o eu percebi a origem daquele
sentimento de estranheza: eu era uma mulher, com seios e n?degas
grandes. Eu explorei a regi?o p?bica com meus dedos e senti os l?bios
caracter?sticos, circundando a abertura de minha vagina, encimado por
um cl?toris. Eu olhei para meu reflexo nas ?guas e vi que era uma
jovem e bela mo?a. S? ent?o percebi meu erro, havia usado o anel na
m?o esquerda, ignorando o que Phillip dissera. Meu erro ocorrera por
n?o acreditar nele e, sendo assim, havia esquecido completamente este
detalhe. Ap?s alguns momentos eu percebi que isto n?o era assim uma
cat?strofe. Afinal de constas, depois de descobrir que o anel
funcionava eu fatalmente iria testar esta possibilidade tamb?m, e,
al?m disto, agora eu estava presa nesta lenda at? que ela se
consumasse. Eu decidi esquecer a mudan?a de sexo e simplesmente
aproveitar.
Estando afastada da floresta eu consegui me concentrar melhor naquela
intui??o que eu tinha e vi que podia sentir as ?rvores. Eu me
concentrei mais e percebi que podia sentir as ?rvores individualmente.
Uma de cada vez, desde os pequenos arbustos at? as grandes ?rvores. Eu
tamb?m percebi que as ?rvores mudavam de "humor" quando eu interagia
com elas. Eu estava me comunicando! ? claro que elas n?o "conversavam"
comigo. Era mais como um cachorrinho, que balan?a a cauda para mostrar
que gosta do dono. Eu sentia o "humor" da ?rvore como uma esp?cie de
cor, que mudavam para tons mais quentes e se tornavam mais intensas
quando a ?rvore sentia que eu dirigia minha aten??o a ela. Era
inebriante! Eu comecei a correr ao longo da borda da floresta,
tocando-as enquanto passava e sentindo esta sinfonia de bons
sentimentos. Em um dado momento eu senti uma ?rvore alta que "emanava"
algo como uma forte luz branca. Eu n?o resisti, fui at? ela e a
abracei, absorvendo este sentimento que s? poderia descrever como
"amor".
Depois disto eu consegui me desvencilhar com dificuldade das ?rvores e
voltei ? borda do lago para pensar com calma. Eu precisava saber em
que lenda havia pousado. Primeiro eu considerei ?rtemis e Atalanta,
que costumavam andar nuas na floresta, mas estas personagens tinham
claros atributos de ca?adoras e eu n?o carregava nenhuma arma. Eu
conclui ent?o que eu era provavelmente uma ninfa, mais
especificamente, em fun??o de minha intimidade com as ?rvores, uma
ninfa das ?rvores altas, uma hamadr?ade.
Eu estava concentrada nestes pensamentos quando percebi uma mudan?a de
humor das ?rvores da outra margem do lago. Os sentimentos que elas
transmitiam eram interpretados por meu "sentido de ?rvore" como
"aten??o!perigo!". Eu procurei aquele ponto da floresta e vi algo se
movendo. N?o podia distinguir o que era, mas certamente era
monstruoso. Eu senti um terror instintivo e imediatamente fugi
correndo para o meio da floresta. A "coisa" do outro lado do lago
come?ou a me ca?ar. Aquilo era mais r?pido que eu, mas as ?rvores me
ajudavam, saindo da minha frente e fazendo o que me seguia trope?ar
seguidamente. N?s continuamos com esta persegui??o por uma boa meia
hora, at? que tomei a pior decis?o de minha vida. Eu entrei em uma
clareira, achando que com o caminho livre eu conseguiria correr mais
r?pido, mas sem as ?rvores para me ajudar meu perseguidor logo me
alcan?ou e me jogou violentamente no ch?o. Eu ca? cerca de cinco
metros ? frente dele e protegi a face com o bra?o, que ficou ferido.
Eu me virei e encarei meu perseguidor pela primeira vez. Ele era alto,
com certeza tinha mais de 2 metros de altura. Estava nu da cintura
para cima e usava uma especie de cal?a feita de pelo de animal. O
aspecto mais estranho ? que ele usava uma esp?cie de bast?o amarrado ?
cintura. Tudo isto durou alguns milissegundos, ap?s o que eu agilmente
me virei, levantei e me preparei para correr novamente, eu n?o tinha
nenhuma inten??o de dar uma melhor olhada naquele monstro. Ele,
entretanto, pegou meu p? e puxou em sua dire??o, me fazendo perder o
equil?brio de novo e desta vez ele j? estava sobre mim, me prendendo
ao solo com as m?os e com suas patas. S? neste instante ? que eu
percebi que n?o era nenhuma cal?a, ele tinha patas de bode. Tamb?m n?o
era bast?o coisa nenhuma, era, isto sim, um imenso falo. O monstro era
um S?tiro. Eu conhecia muito bem as lendas de ninfas e s?tiros para
saber o que iria acontecer em seguida, eu estava prestes a ser
estuprada!
Eu tentei me soltar, mas ele era muito forte e n?o consegui nem mesmo
mover meus ombros no ch?o. Ele ent?o usou suas patas para me for?ar a
abrir as pernas e para meu horror eu notei que aquela "coisa" era
grossa como um punho e tinha pelo menos 30 cm de comprimento. Eu
tentei lutar contra aquela viol?ncia e comecei a gritar, mas ele
ignorou completamente. Ele come?ou a pressionar a ponta de seu falo
contra a abertura de minha vagina e me penetrou de uma vez, com
viol?ncia. A dor que eu senti foi imensa e eu perdi o f?lego.
Ele come?ou o movimento de vai vem e eu comecei a gritar mais alto.
Para meu horror, entretanto, meu corpo reagiu ?quela viol?ncia de uma
maneira asquerosa: eu ficara excitada. Eu percebi que minhas pernas
abra?aram as patas do s?tiro e come?aram a ajudar no movimento. Ent?o
eu senti o orgasmo tomando conta do meu corpo. Minha mente rejeitava
aquilo, mas meu corpo reagia como se eu fosse a pior prostituta.
Ele continuou at? que, com um enorme rugido, ele mesmo atingiu o
cl?max, e teve seu orgasmo. Ele ejaculou dentro de mim por um longo
tempo. Quando terminou ele me libertou e foi embora. Eu tentei
levantar, mas n?o consegui. Eu estava fraca devido ? fuga, a luta
contra a viol?ncia e a dor e permaneci como eu estava. Eu sabia que
algumas lendas gregas (a maioria delas, de fato) eram recheadas de
sexo e viol?ncia, mas nunca imaginara sofrer isto na pr?pria pele. Eu
fiquei deitada l?, chorando at? que finalmente adormeci.
Cap?tulo 2: Adapta??o
Acordei no dia seguinte com uma enorme dor de cabe?a e uma dor
indefinida em minhas entranhas. Eu permaneci por alguns momentos como
estava, meditando sobre o estranho pesadelo que tivera naquela noite.
Sob a influ?ncia das ilus?es de Phillip eu sonhara ter usado o anel,
parando na Gr?cia m?tica na forma de uma Ninfa, que fora estuprada por
um s?tiro monstruoso. Eu pensei "de onde nossa imagina??o pega
material para este tipo de idiotice?"
Eu percebia, mesmo abrindo os olhos apenas de relance, que ainda era
muito cedo. O sol mal despontara no horizonte, dada a pouca claridade
que passava pela janela. Decidi continuar a dormir, como j? fizera
in?meras vezes em minha vida e tentei rolar para o outro lado. Senti,
entretanto, que algo prendia minha cabe?a no colch?o. Era meu cabelo,
que estava parcialmente preso debaixo de meu corpo. "Meu cabelo? de
novo n?o!" pensei. Subitamente fiquei alerta, sentindo o p?nico
crescer. Levantei-me, acendi a luz e procurei o espelho que havia na
porta de meu arm?rio. A face da Ninfa e seu torso nu, conforme eu me
lembrava do reflexo do lago, revidou meu olhar.
Em desespero eu pensava como aquilo poderia ser real. O anel n?o
deveria ter-me retornado ao normal ap?s a consuma??o da lenda? Ent?o
porque eu ainda estava presa ao corpo da ninfa, mesmo considerando que
era evidente meu retorno ao mundo "normal"? Eu precisava entender o
que dera errado e corrigir este erro. A ?nica pessoa que poderia me
ajudar nisto era Phillip.
Eu fui tirada destes pensamentos por uma press?o na bexiga. Fui ao
banheiro e, sentindo-me desconsolada, sentei-me no vaso. Junto com a
urina eu sentia alguma coisa a mais caindo. O som que fazia era uma
esp?cie de "ploc, ploc...". Quando terminei de mijar eu peguei um
peda?o de papel higi?nico, limpei aquela regi?o e procurei examin?-lo.
O peda?o de papel estava coberto com uma esp?cie de gosma branco
amarelada. Levantei-me e percebi que todo o vaso estava coberto com
aquela coisa. Eu fiquei intrigada, mas ent?o percebi o que era aquilo:
o produto da ejacula??o do s?tiro, que saia de minha vagina.
Imediatamente senti n?useas e vomitei. Quando n?o tinha mais nada a
vomitar eu ca? de joelhos e comecei a chorar, s? ent?o eu percebi que
meu bra?o esquerdo estava machucado: era TUDO verdade!
Ap?s um certo tempo eu recobrei o controle sobre mim e comecei a tomar
uma ducha. Eu me sentia suja por dentro e por fora. Eu raspei tudo com
as unhas at? o ponto em que quase minha pele come?ou a sangrar e ent?o
eu me deixei estar, fazendo com que a ?gua morna cobrisse minha cabe?a
e minhas costas. Quando percebi o que fizera, j? era tarde demais: eu
molhara meu cabelo! Eu tremia s? de pensar no complexo ritual
envolvido na lavagem de um cabelo t?o longo quanto o meu. Uma ex-
namorada, que tinha o cabelo com metade do comprimento do que eu agora
possu?a, levava de 30 a 40 minutos na lavagem, o que necessitava de
uma farm?cia inteira, consistindo de shampoo, condicionador, cremes
desembara?antes e outras coisas. Eu mal tinha um shampoo e um tubo de
condicionador que comprara em um supermercado por engano no passado.
Percebendo que n?o havia retorno eu continuei o que estava fazendo.
Tive que usar todo o tubo de shampoo para ensaboar o cabelo e, depois
de enxagu?-los, apliquei todo o tubo de condicionador. Pela primeira
vez na vida obedeci as instru??es da embalagem e n?o enxaguei de novo
o condicionador. Esperava compensar com isto a aus?ncia dos cremes.
Comecei a pensar racionalmente de novo e percebi que estava em uma
enrascada. Eu n?o possu?a uma escova ou secador e meus cabelos
certamente levariam uns dois dias para secar por conta pr?pria. Al?m
disto, eu n?o poderia sair pelas ruas usando roupas masculinas, a n?o
ser que quisesse ser enclausurada como lun?tica. Como homem eu tinha
1,80, de altura, agora, no corpo da ninfa eu mal teria 1,60m. Se eu
n?o quisesse chamar aten??o eu teria que usar roupas mais convenientes
(femininas).
Eu me lembrei da vizinha do apartamento ao lado. Uma loira mignon com
o corpo t?o sensual quanto o meu atual, que me pedira para regar suas
plantas enquanto sa?a em f?rias de tr?s semanas na ilha de Maiorca.
Eu, obviamente, n?o aceitara por altru?smo: o que eu planejara mesmo
era acabar debaixo de seus len??is. Como eu me lembrava, ela tinha
aproximadamente minha altura e meu tipo f?sico (ali?s, era por isto
que eu queria terminar debaixo de seus len??is). Eu cobri a parte de
cima de meu corpo com uma toalha, produzindo com sucesso uma esp?cie
de vestido curto. Peguei outra toalha e tentei enrolar meus cabelos,
produzindo uma esp?cie de turbante, mas n?o tive tanto sucesso. Ap?s
v?rias tentativas infrut?feras eu desisti e simplesmente enrolei a
toalha nos cabelos para n?o sair pelo apartamento pingando ?gua. Fui
para seu apartamento, tomando o cuidado de pegar as duas chaves (a
?ltima coisa que eu desejava era ficar presa para o lado de fora,
nua). Sai para o hall que separava nossos apartamentos e rapidamente
abri sua porta.
Fui direto ao banheiro, onde encontrei o que precisava: uma escova e
um secador el?trico. Encontrei tamb?m creme desembara?ante, que
apliquei s? para ter certeza. Ap?s pentear e secar os cabelos eu fui
at? seu quarto, apenas para descobrir, desolada, que a garota havia
literalmente levado todo seu guarda-roupa na viagem. A exce??o era um
par de sand?lias de salto alto que ela deixara para tr?s. Eu os provei
e serviram perfeitamente.
Havia tamb?m uma c?moda do lado. Tive sorte j? na primeira gaveta. Ela
continha um n?mero suficiente de calcinhas e soutiens. Confirmei minha
primeira impress?o: a dona destas pe?as era do mesmo tamanho do meu
(atual) corpo. Escolhi um par de pe?as que pareciam do mesmo "modelo"
e os vesti. J? tinha visto in?meras ex-namoradas se vestindo em minha
frente para saber como por um soutien, prendendo o fecho na frente do
corpo, virando-o em 180 graus e passando os bra?os pelas al?as. Na
segunda gaveta achei um suplemento de shorts e minissaias. Eu provei
um dos shorts, mas fiquei escandalizada com tudo o que ele mostrava
das minhas partes intimas. Decidi-me ent?o pelas minissaias,
escolhendo a mais longa da cole??o. Ela ia at? metade de minhas coxas
e era razoavelmente folgada, de forma a n?o prejudicar meus
movimentos. Como eu j? suspeitava , a terceira gaveta continha
camisetas e blusas. Escolhi uma que parecia combinar com a saia. N?o
havia sentido em tentar parecer menos feminina naquele momento,
principalmente porque eu n?o queria atrair aten??es indesejadas.
Finalmente a quarta gaveta continha um sortimento de bolsas,
braceletes, brincos, an?is e outros tipos de acess?rios. Escolhi uma
pequena bolsa a tiracolo, j? que estas roupas n?o vinham com bolsos.
Decidi n?o usar nenhum outro acess?rio. Ficaria dissonante sem
maquiagem e eu n?o poderia tentar sair pelas ruas fantasiada de
palha?o, o que fatalmente seria o resultado se eu tentasse me maquiar
com o que eu sabia ent?o desta arte.
Eu limpei tudo em seu apartamento, peguei as toalhas molhadas e
retornei ao meu, tomando o cuidado de deixar tudo aproximadamente no
mesmo lugar que eu encontrara. Peguei os DM 500 que tinha na minha
carteira, mais as chaves de meu apartamento e os coloquei na bolsa.
Lembrei-me do anel. Eu o havia jogado longe, para o ch?o, quando
percebi que as experi?ncias da noite anterior eram reais. Ap?s
procur?-lo e ach?-lo, guardei-o na bolsa tamb?m. Respirei fundo e sa?
de meu apartamento em dire??o ao estacionamento. Como em todos os
pr?dios residenciais da Alemanha, meus vizinhos n?o davam a m?nima
para quem entrava ou sa?a de meu apartamento, portanto eu n?o temia
encontrar algu?m, mesmo assim foi um grande al?vio fazer todo o
caminho at? a porta da frente sem encontrar vivalma.
Sa? do pr?dio e fui em dire??o ao meu carro no estacionamento. Hesitei
um pouco, considerando se valia a pena dirigir. Eu n?o tinha nenhum
documento para esta forma feminina e, se fosse parada por um guarda,
teria muita dificuldade em convenc?-lo que eu era o Richard Hoffmann
dos documentos de propriedade. Decidi correr o risco, j? que o caminho
at? a loja de Phillip era curto e era improv?vel que fosse encontrar
um comando naquela hora do dia. Inicialmente foi muito dif?cil dirigir
meu carro. Tudo parecia maior do que eu me lembrava (provavelmente
devido ao meu encolhimento) e aquelas sand?lias tamb?m n?o ajudavam.
Dirigi at? a loja de Phillip e estacionei corretamente em uma vaga
permitida. N?o queria tentar a sorte.
Entrei na loja e fechei a porta atr?s de mim. Ela estava vazia. Sempre
imaginara como Phillip ganhava dinheiro, j? que nunca vira um s?
cliente dentro de sua loja. Eu suspeitava que ele tinha envolvimento
com o contrabando de pe?as arqueol?gicas e que sua loja fosse uma mera
lavanderia de dinheiro, mas nunca tive vontade de perguntar. N?o
queria perder o amigo. Ele veio do fundo da loja, perguntando:
-"Em que posso lhe ajudar, madame?"
-"Phillip, sou eu, Richard" respondi.
-"Isto ? algum tipo de brincadeira?" ele perguntou, desconfiado.
Eu me lembrei do anel, que tirei de minha bolsa e lhe dei para
examinar. Com uma cara de bobo ele ent?o perguntou:
-"Como isto ? poss?vel?"
-"Espero que voc? me ajude a descobrir!" respondi irritada.
Ent?o eu lhe contei minha experi?ncia. Primeiramente eu pensei em
omitir a parte do S?tiro, mas se eu queria sua ajuda precisava ser
honesta e contei tudo. Quando terminei minha est?ria ele disse:
-"Hmm, t?o grosso quanto um punho?"
Minha m?o estava pr?xima de um cinzeiro. Eu o peguei ei joguei contra
a sua cabe?a. Ele se abaixou e o cinzeiro esmigalhou um vaso com cara
de chin?s atr?s dele, rezo para que fosse falsificado. Eu estava l?,
contando-lhe sobre minha experi?ncia de ser estuprada por um monstro
horrendo e ele praticando masturba??o mental! Certamente ele desejaria
estar em minha pele, e eu certamente, tamb?m desejaria isto. Quando eu
recuperei o controle ele come?ou a andar de um lado para outro,
considerando o que poderia ter dado errado. Ele considerou a hip?tese
de que o anel tivesse uma certa quantidade de energia e que talvez
tivesse que ser recarregado para funcionar de novo. Ele tentou at?
mesmo usar o anel. Notei que ele o p?s em sua m?o esquerda. Com tudo o
que estava me acontecendo ele, provavelmente todo excitado, certamente
queria ver se sobrava algo para si A sua decep??o foi um col?rio para
meus olhos. Ele disse:
-"Nada aconteceu, est? bloqueado!"
Continuamos a formular hip?teses at? que ele disse:
-"Talvez n?o haja nada de errado e ele esteja funcionando
corretamente!"
-"Como assim, funcionando corretamente?"
-"Talvez a lenda ainda n?o tenha se consumado", ele teorizou.
-"Que tipo de lenda iria requerer transportar uma ninfa para os dias
de hoje?", perguntei.
-"Uma ainda n?o contada?", ele especulou.
Eu gelei ante esta perspectiva. Uma lenda conhecida teria um fim
prediz?vel, mas quem poderia dizer qual seria o fim de uma lenda
desconhecida? Eu poderia ficar presa neste corpo por sei l? quanto
tempo.
N?s mudamos de t?tica e nos concentramos na tarefa de determinar qual
das ninfas eu era. Revisamos tudo o que sab?amos sobre a hamadr?ades.
Sab?amos, por exemplo, que cada uma delas era associadas a uma esp?cie
particular de ?rvore. Ele perguntou:
-"Voc? notou algo de especial nas ?rvores ontem ? noite?"
Certamente eu me lembrava da ?rvore brilhante na floresta. Era minha
?rvore, com certeza, mas isto n?o ajudava, quem disse que eu
conseguiria identificar uma esp?cie de ?rvore por suas formas naquela
altura? Para mim uma ?rvore, ent?o, era somente um tronco com um monte
de galhos, ra?zes e folhas. Era outro beco sem sa?da.
Phillip lembrou-se de algo, aproveitando que eu estava distra?da
voltou-se subitamente para mim e ordenou em grego:
-"Declare seu nome!"
Pega de surpresa, senti uma esp?cie de clique no c?rebro e, sem
pensar, respondi (em grego antigo):
-"Sou Dryope, filha de Dryops!"
Finalmente t?nhamos algo sobre o que trabalhar, mas n?o tinha certeza
como isto tinha funcionado. Phillip contou que se lembrara de uma
lenda obscura onde o her?i havia desmascarado um deus com este truque
e pensara que talvez fosse um mecanismo de seguran?a para criaturas
m?gicas. Fora um tiro no escuro, mas funcionara. Isto me mostrou,
tamb?m, que, apesar de me sentir como Richard Hoffmann, algo da
ess?ncia da Ninfa existia em mim. Isto poderia ter alguma utilidade no
futuro.
Come?amos a pesquisar na internet. Esta era a minha especialidade.
Phillip era praticamente analfabeto em inform?tica. Eu, por outro
lado, tinha absolvido um longo treinamento como cracker antes de
ganhar aquela heran?a de meu tio (o mundo ficou a salvo por um
milagre!).
A busca foi r?pida. Dryope era a ninfa do Choupo Negro e haviam um
certo n?mero de lendas envolvendo seu estupro por alguma criatura
m?stica. Em uma delas o estuprador era Apolo, que se disfar?ara de
tartaruga para ser aconchegado em seu colo, consumando o coito contra
sua vontade desta forma. Isto, definitivamente, N?O era o que
acontecera comigo. Outra landa a considerava como m?e do deus P?,
sendo o pai ou Hermes ou Zeus. Pesquisas acad?micas, entretanto,
lembravam que tanto Dryope quanto P? eram deuses da natureza e,
portanto, mais antigos que os ol?mpicos. Estes acad?micos atribu?am a
paternidade de P? a Cronos, que muitas vezes era representado como um
monstruoso S?tiro. Era isto ent?o, eu estava metida na lenda do
nascimento de P?, ap?s meu estupro por Cronos. A ?nica pergunta era
porque , afinal de contas, eu havia sido transportada para o mundo
real. Haviam tamb?m considera??es de ordem pr?tica: isto significava
que eu estava gr?vida e isto n?o seria particularmente agrad?vel, pois
meu filho teria pernas de bode e chifres (mas ele provavelmente
tocaria a flauta muito bem!).
N?s est?vamos concentrados desta forma, cansados e distra?dos, quando
cometi o erro de pedir para Phillip olhar uma coisa no computador. Ele
se aproximou por tr?s de mim e de debru?ou sobre meu ombro e, de
repente seu comportamento mudou radicalmente. Preocupada eu perguntei:
-"Phillip, o que foi?"
Ele estava em alguma esp?cie de transe, sem dizer nada ele me apanhou
por tr?s, me dominando com facilidade, levantou minha saia, baixou
minha calcinha, abriu seu z?per, tirando o pinto duro de dentro da
cal?a e, sem uma palavra, me estuprou. Eu gritava para que ele
parasse, mas n?o adiantava nada, ele estava surdo. Ele continuou com
isto at? que atingiu seu orgasmo, enchendo minha vagina com seu
esperma. S? ent?o ele se libertou do transe dizendo:
-"O que aconteceu?"
Meu corpo, como na noite anterior, havia se excitado t?o logo
percebera o que iria acontecer. Eu tive pelo menos dois orgasmos
enquanto ele me comia. Minha mente rejeitava esta viol?ncia, mas meu
corpo n?o contribu?a e se comportava como uma puta. Quando tudo
terminou eu estava chorando e disse:
-O que aconteceu? Voc? me estuprou, seu bastardo, como pode fazer isto
comigo?"
-"Eu, voc? est? louca!, a ?ltima vez que fiz sexo com uma mulher eu
tinha 15 anos e nem sabia direito ainda que era viado!"
Parecia que era ele a v?tima. Ele se desculpou e disse que n?o sabia o
que lhe havia acontecido. Ele fora tomado por uma vontade irresist?vel
de me foder e n?o conseguira se controlar. Eu conclui que eu emitia
algum tipo de aura m?gica, ou um ferom?nio (ou talvez ambos) que tinha
este tipo de efeito sobre os homens. Deus! Como eu odiava este corpo!
Racionalmente eu n?o poderia culp?-lo, mas tamb?m n?o havia mais clima
para continuar trabalhando, pelo menos n?o naquele dia. Hav?amos
recuperado toda a informa??o destas fontes e decidi ir para casa.
Antes disto, por?m, fui at? uma loja de departamentos que era famosa
pelas roupas baratas. Se eu estava mesmo presa na lenda do nascimento
de P?, isto iria durar pelo menos nove meses e eu n?o poderia viver
apenas com as roupas de minha vizinha. Portanto eu fui ?s compras. os
500 Euros que trouxe n?o eram muito, mas decidi n?o usar cart?o de
d?bito ou de cr?dito nos nome de Richard Hoffmann, pelo menos n?o
naquele momento. Fui ao setor de Lingeries e encontrei algumas
calcinhas e soutiens baratos, da linha "compre tr?s e pague um". Eu
estava realmente apreciando a praticidade das minissaias Ao inv?s de
insistir em cal?as ou shorts eu comprei algumas saias extras. Comprei
tamb?m algumas camisetas e blusas, que provavelmente durariam de duas
a tr?s lavagens, mas isto era suficiente para meus fins. A seguir fui
? se??o de sapatos. Se eu queria permanecer invis?vel para meus
vizinhos nos pr?ximos dias eu teria que me camuflar, ent?o eu comprei
mais tr?s sand?lias e um sapato feminino feitos na China. A ?nica
condescend?ncia foi com o tamanho dos saltos, menores do que eu usava
ent?o. Eu economizei bastante com aquelas roupas de liquida??o. Eu sa?
daquela loja e entrei na outra, que era caracter?stica por suas roupas
de grife. Eu sabia que havia uma se??o de maquiagem logo na entrada
onde uma senhora se prontificava a aplicar seus produtos a mulheres
que desejavam compr?-los. Se eu ia permanecer como mulher por um tempo
precisava de um curso intensivo de maquiagem. Assim fui at? aquela
senhora e, usando meu rec?m aprendido sotaque grego (antigo) para o
alem?o, pedi que ela me mostrasse seus produtos. Deixei que ela
trabalhasse em minha face, prestando muita aten??o em tudo o que
fazia. Quando ela terminou o resultado no espelho era muito bom.
Comprei dois conjuntos b?sicos de produtos de maquiagem, al?m de
material para limpeza: eu ia praticar em casa). Fui at? a se??o de
acess?rios e comprei alguns braceletes, an?is e brincos. Pedi para a
vendedora furar minhas orelhas e sa? da loja usando um brinquinho em
formato de argola. Vestida como eu estava, maquiada e usando todos
aqueles acess?rios ningu?m acreditaria, mesmo que eu contasse, que eu
era um homem no corpo de uma mulher.
Sa? da loja e fui em dire??o ao estacionamento subterr?neo onde
deixara meu carro. Indo em sua dire??o eu tive que me espremer entre
um carro e a parede, justamente enquanto um rapaz fazia o mesmo,
espremendo-se junto comigo. Subitamente ele mudou de comportamento e
eu pensei: "N?o, de novo, n?o!". Para minha sorte (se ? que d? para
chamar de sorte ser estuprada em um estacionamento p?blico) havia uma
sa?da de emerg?ncia pr?xima a n?s que levava ao sagu?o de uma
escadaria. Eu o agarrei antes que pudesse fazer algo, levei-o ?
escadaria e fechei a porta. Rapidamente eu baixei sua cal?a e comecei
a chupar seu pinto. Minha l?gica era que, ao gozar r?pido, ele sairia
de seu transe e me deixaria em paz. Eu n?o contava, entretanto, com
minha pr?pria rea??o. Enquanto a excita??o de meu corpo crescia, eu
comecei a sentir uma vontade crescente de copular com o rapaz. Ap?s
alguns segundo eu n?o consegui me segurar mais, levantei minha saia,
baixei minha calcinha e ofereci minha vagina. Ele me penetrou e logo
n?s dois atingimos o orgasmo. Assim eu fui estuprada pela terceira vez
consecutiva em menos de 24 horas, na escada de inc?ndio de um
estacionamento p?blico (se ? que dava para chamar isto de estupro,
afinal de contas eu havia me oferecido ao rapaz). Quando tudo terminou
ele voltou aos sentidos e disse:
-"Mo?a, n?o sei o que me deu na cabe?a, me desculpe!"
Ent?o ele continuou:
-"Como vou encarar agora minha namorada? N?s hav?amos jurado
permanecer virgens at? o casamento!"
Eu estava com pena do rapaz, que justamente acabara de me estuprar, e
disse:
-"N?o se preocupe, n?o foi sua culpa"
Entretanto ele continuava a chorar e estava genuinamente desesperado.
De alguma forma eu acessei minha "intui??o" de ninfa, coloquei minha
m?o direita sobre seu ombro e disse:
-"Esque?a o que aconteceu, v? at? sua namorada e, gentilmente, lhe d?
o melhor sexo que ela ter? em sua vida!"
Seu comportamento voltou a se alterar, ele voltou a seu transe e seu
p?nis ficou duro de novo, minutos ap?s ele ter liberado toda sua carga
dentro de mim. A diferen?a ? que agora ele come?ou a andar como uma
esp?cie de son?mbulo e saiu para o estacionamento. Pelo menos ele
estava acordado o suficiente para levantar a cal?a. Eu vi tudo isto e
pensei "espero que a garota aprecie meu presente".
Apesar do desconforto que este terceiro estupro me causou (minha
calcinha estava ensopada no esperma de Phillip e do rapaz, de jeito
nenhum eu iria devolver aquilo para a dona), eu descobri que poderia
redirecionar minhas energias sexuais para outros alvos. Isto seria
?til se algum outro homem viesse me causar mais algum problema no
futuro.
Entrei no meu carro, dirigi at? meu edif?cio e comecei a subir a
escada em dire??o ao meu apartamento (isto ?, do Richard). Em um dos
pavimentos notei um vaso contendo uma palmeirinha, bem distante de seu
ensolarado habitat natural. Quando eu passei ela "me sentiu" e me
dirigiu um "sentimento" que eu s? poderia descrever como o de um
filhotinho de c?o abanando o rabinho para o dono. O "sentimento" que
eu devolvi ? pobre planta a deixou no estado de esp?rito de um c?o
ganindo. Eu n?o tinha paci?ncia para arvorezinhas. Depois eu me
arrependi, e prometi a mim mesma procur?-la novamente e confort?-la.
Entrei em meu apartamento, me despi, separei as pe?as de roupa que eu
iria lavar, daquelas que eu iria simplesmente jogar no lixo e fui
tomar outro banho, desta vez tomando o cuidado de n?o molhar meus
cabelos. Eu precisava me livrar dos res?duos dos meus dois novos
estupros.
Cap?tulo 3: Identidade
Como eu disse antes, meus vizinhos geralmente n?o d?o a m?nima para
quem entra ou sai de meu apartamento, mas isto certamente mudaria se
uma linda mulher ficasse entrando e saindo do apartamento todo dia sem
que Richard desse as caras. Meus vizinhos estavam acostumados com
minhas "conquistas", mas minha aus?ncia certamente atrairia aten??o
desnecess?ria. Eu n?o poderia permanecer em meu apartamento por mais
do que alguns dias. Gra?as a Deus, meu falecido av?, aquele ex-
Hitlerjugend safado, havia me ensinado o valor do dinheiro em esp?cie
na m?o. Eu guardava em um esconderijo an?nimo (um cofre forte de um
banco local) DM 50.000,00 daqueles DM 500.000,00 para uma emerg?ncia.
Isto, certamente, se classificava como uma emerg?ncia. Os meios para
sobreviv?ncia imediata estavam garantidos, mas para longo prazo eu
teria que acessar meus fundos de investimento.
Sendo assim eu precisava sair de meu apartamento, provavelmente para
um hotel, e precisava acessar meus recursos. O cofre-forte n?o seria
problema, eu sabia a senha e tinha a chave, mas os recursos das contas
de investimento eram outra coisa. Eu n?o ousaria acess?-los, mesmo
pela internet, no meu atual corpo, pois isto iria disparar todos os
alarmes existentes. Para resolver ambos os problemas eu precisava de
documentos para a forma da Ninfa e, de alguma forma, habilit?-la a
usufruir dos bens de "Richard". Um plano maligno come?ou a se formar
em minha mente.
Primeiramente eu tinha que justificar a aus?ncia de "Richard", isto me
daria mais alguns dias de seguran?a no meu apartamento. Comecei a
enviar e-mails para meus amigos comunicando a s?bita decis?o de ir
passar 10 dias f?rias em um local n?o especificado e,
superficialmente, comunicando que eu sublocara meu apartamento para
uma estudante grega de interc?mbio. Pedi a Phillip que confirmasse a
est?ria da viagem e da estudante se algu?m perguntasse, al?m de pedir
de p? junto que ele jurasse que havia me visto neste per?odo.
Eu ganhara, portanto, cerca de 10 dias de folga, para sair de meu
apartamento e ir para um hotel. Isto, obviamente, seria imposs?vel sem
um passaporte v?lido. Meu plano requeria comunicar o "roubo" de meu
passaporte, solicitando uma segunda via no consulado mais pr?ximo.
Para isto, entretanto, eu necessitaria de um n?mero v?lido para meu
passaporte "roubado". Era uma situa??o do tipo "ovo ou a galinha".
Aqui meu treinamento como cracker viria a calhar. Isto n?o seria muito
diferente de um roubo de identidade padr?o, comente teria que criar
uma nova identidade no zero.
Primeiramente eu pensei em fazer isto em algum consulado de pa?s n?o
pertencente ? Comunidade Europeia, que supostamente seria mais f?cil
de invadir, mas logo percebi que esta l?gica era falha. Um pa?s menos
desenvolvido seria menos conectado e eu n?o queria correr o risco de
ser tratada como imigrante ilegal na Alemanha, j? que eu n?o iria
ousar invadir os computadores do escrit?rio de estrangeiros para me
dar um visto v?lido. Eu decidi, portanto, atacar o consulado grego
mais pr?ximo para obter um passaporte comunit?rio.
Ap?s uma busca r?pida descobri um cart?rio de registro civil da
Tess?lia que fora destru?do por um inc?ndio cerca de 15 anos antes. Eu
forjei, portanto, a certid?o de nascimento de Dryope Hamadriadis, 18
anos antes da data em que eu havia me transformado nela. Porque eu
deveria inventar algo diferente? N?o tinha a menor ideia de qual seria
a idade de Dryope e, sendo uma Ninfa, ela provavelmente seria imortal,
mas 18 anos tinha a vantagem de ser consistente com minha apar?ncia e
me dar o status legal de adulta.
Em seguida eu escaneei as portas dos computadores das igrejas
ortodoxas pr?ximas daquele cart?rio at? que achei um computador pouco
protegido em uma sacristia local. Forjei os registros de batismo de
Dryope, esta foi a parte f?cil. Em seguida eu precisava criar alguns
registros p?blicos sobre seus anos de escola. De novo achei um
computador pouco protegido em uma escola p?blica, criando os
registros, inclusive com algumas anota??es disciplinares. Os registros
do ensino m?dio eram mais dif?ceis de forjar. N?o achei nenhum
computador vulner?vel na regi?o do "nascimento" de Dryope, mas
encontrei um na periferia de uma cidade grande. Eu preparei os
registros indicando que ela obtivera recentemente seu grau, que a
habilitaria a prosseguir estudos na universidade. Procurei pelas
igrejas novamente e, por sorte, encontrei um computador vulner?vel
pr?ximo ? escola de ensino m?dio. Eu forjei os registros de
confirma??o. Para o que eu planejava eu precisava de boas rela??es com
a igreja, portanto decidi fazer de Dryope uma devotada crist?
praticante. Assim eu criei uma hist?ria para Dryope, que ficaria
indetect?vel a n?o ser que algu?m investigasse detalhadamente, o que
eu, obviamente, planejava evitar. A seguir comecei a trabalhar no
passaporte.
Por mais seguro que seja um sistema digital, ele sempre ser?
vulner?vel por causa de um componente cr?tico de "hardware": o
usu?rio. Sempre h? algu?m que esquece de atualizar o sistema
operacional, mudar suas senhas periodicamente, usar uma vers?o
atualizada de anti-virus ou n?o usar senhas f?ceis de decifrar. Isto
deixava as portas do computador escancaradas para um cracker como eu.
Escaneei as portas do consulado mais pr?ximo e encontrei uma porta
desconhecida. De l? que ganhei acesso ? rede local e instalei um
cavalo de troia (rindo da ironia) e, depois de algum tempo, eu tinha
um conjunto razo?vel de nomes de usu?rios e senhas. Eu entrei
novamente na rede, apagando todos os tra?os do cavalo de troia
(inclusive nos logs) e procurei os arquivos registro de passaportes.
Procurei um e o alterei para ser compat?vel com os de Dryope. Eu
instalei ainda um v?rus que iria resgatar o antigo registro ap?s algum
tempo, apagando os tra?os do registro alterado. Havia sempre o risco
do dono daquele registro pedir algum servi?o justamente naquele
consulado, mas ele era ?nfimo, pois o dono original tinha mais de 80
anos e seria improv?vel que ele estivesse passeando justamente naquela
cidade da Alemanha. A seguir fui at? a Pol?cia e comuniquei, usando
meu sotaque grego e com l?grimas nos olhos, o roubo de minha bolsa,
inclusive meu passaporte. Com o boletim de ocorr?ncia eu fui ao
consulado grego e pedi uma segunda via de meu passaporte. Tudo correu
como planejado. A partir de ent?o eu estava livre para sair de meu
apartamento e ir para um hotel.
Dryope Hamadriadis tinha ent?o exist?ncia legal. Registrei-me na
prefeitura e escrevi uma carta para a Universidade local pedindo
matr?cula no curso de biologia com antropologia como especialidade
secund?ria. Era esquisito, mas n?o proibido. Eu esperava usar a
intui??o da Ninfa para o primeiro e meus conhecimentos de mitologia
para o segundo.
Quando eu n?o estava ocupada invadindo computadores ou lidando com as
administra??es eu ia ?s compras. Naquela ?poca eu j? possu?a um
guarda-roupas bastante extenso. Se algu?m o examinasse n?o iria
encontrar nenhum vest?gio de que eu havia sido homem algumas semanas
antes. Meu guarda-roupa consistia de roupas bastante femininas. A
maior parte das vezes eu preferia vestidos ou saias, embora eu tamb?m
tivesse adquirido algumas cal?as de jeans com cintura baixa. Minha
cole??o de sapatos tamb?m aumentou, assim como a altura dos saltos. Eu
estava na fase de nega??o e costumava pensar que eu fazia isto para me
camuflar no mundo feminino. O fato ? que eu adquirira um gosto
especial por me vestir da forma mais feminina poss?vel. Treinei
maquiagem toda vez que podia e naquela ?poca j? era boa nisto. Tamb?m
me tornei frequentadora ass?dua do sal?o de beleza local e usava
penteados, manicure e pedicure impec?veis. Com o tempo eu descobri
como cabelos soltos podem ser irritantes e observando as outras
mulheres notei que aquelas que tinham cabelos longos costumavam
prend?-los de alguma forma. Treinei bastante at? que consegui
reproduzir eu mesma estes penteados. Considerei at? mesmo a
possibilidade de tatuar uma pequena rosa no meu bra?o esquerdo, mas
n?o consegui criar coragem para isto. Agora que j? gastei
suficientemente a paci?ncia do leitor, posso contar qual era meu plano
maligno: eu ia me casar com Richard Hoffmann!
Cap?tulo 4: Casamento
Obviamente Richard n?o estava "dispon?vel" para casamento, mas Phillip
tinha uma complei??o similar ? do meu corpo masculino e, tirando os
cabelos loiros, ele poderia muito bem passar por mim em uma an?lise
superficial. Ele faria o papel do noivo. Primeiramente eu tinha que
mand?-lo para longe, afinal havia 500.000,00 euros em jogo e n?o
poder?amos dar margem a suspeitas. Phillip fez um barulho danado sobre
um suposto pr?mio que havia ganhado numa loteria obscura e anunciou
para Deus e o mundo ouvirem que ele sairia de f?rias por tr?s meses em
uma ilha isolada na Indon?sia e que manteria a loja fechada. Ele tinha
seus amigos criminosos, assim n?o foi dif?cil obter um passaporte
falso. Ele tomou o avi?o e ap?s descansar um dia em Jacarta, comprou
uma passagem de volta usando o novo nome. Eu estava l? para receb?-lo
no aeroporto. Tive uma surpresa quando o vi: ele estava travestido!
Quando eu lhe perguntei porque fizera isto ele disse que se iria
passar tr?s meses fazendo o papel de macho, assim decidiu curtiu seu
lado mulher um pouco mais. Eu tive que rir desta demonstra??o de
"bichice".
A seguir ele tingiu os cabelos, tomou posse de meu guarda-roupa
masculino, comprou f?rias de um m?s em um resort em Herakleion e
partiu. Ele n?o encontrou problemas e meu passaporte foi aceito como
seu sem dificuldade. Ele me ligou de um telefone p?blico assim que se
instalou e a partir da? era a minha vez, s? que eu a fiz de trem, pois
era uma "pobre" estudante de interc?mbio voltando a seu pa?s para
f?rias antes das aula. Quando cheguei n?s fingimos um encontro
"casual" em um restaurante e eu comecei a escrever cartas para minha
m?e contando sobre a garota sensual que conhecera e da "coincid?ncia"
dela ser uma estudante grega de interc?mbio que morava na na Alemanha
e ainda por cima na mesma cidade que eu. Com a passagem dos dias as
cartas e e-mails se tornaram mais s?rios e intensos. Minha m?e estava
exultante. Eu nunca fora um filho exemplar e agora estava enviando
cartas praticamente todos os dias e ainda por cima deixava impl?cito
que iria me casar! Ela estava no s?timo c?u! Tanto que nunca se
questionou porque eu n?o telefonava. Quando o assunto "casamento"
come?ou a ficar mais s?rio, Dryope come?ou tamb?m a escrever algumas
linhas. Para produzir uma caligrafia diferente, Phillip escrevia esta
parte. Ele se divertia bastante fazendo de conta que era uma garota
apaixonada.
Eu comprei um daqueles testes de farm?cia e confirmei, eu estava
gr?vida. T?o logo tive esta confirma??o eu anunciei o fato ? minha m?e
e avisei que pedira Dryope em casamento. De tempos em tempo eu enviava
fotos mostrando Richard (Phillip) e Dryope (eu) abra?ados. estas fotos
eram editadas, ? claro, para que ningu?m descobrisse nossa farsa.
Agendamos o casamento para da? a um m?s e "fomos visitar a fam?lia de
Dryope" nas montanhas ao norte da Gr?cia. Precis?vamos disto para
conseguir algum tempo debaixo do radar. Phillip precisava ir preparar
a parte final de nosso plano e eu decidi a um outro lugar para
procurar respostas.
Eu fui visitar o c?lebre or?culo de Apolo em Delphi. Se eu era uma
criatura m?gica, talvez pudesse tamb?m conseguir algumas respostas por
meios m?gicos. Eu visitei as ru?nas durante o dia, como uma turista
normal, e invadi o local ? noite. Eu estava sozinha, de p?, pr?ximo ao
lugar onde a Pythia se sentara. Subitamente n?o sabia mais o que
fazer, hesitando um pouco eu disse:
-"Apolo, sua tartaruga manca, venha falar com sua amante!"
Nada aconteceu a princ?pio, mas ent?o percebi uma leve fuma?a saindo
das rochas. Elas adquiriram o formato de uma mulher vestida com trajes
gregos antigos, que falou:
-"Salve filha de Dryops, o impostor partiu a tempos, sou a S?bila e
permaneci aqui esperando por voc?."
"Uau", pensei, a S?bila era a celebre pitonisa que profetizara a
guerra de Troia, ela teria pelo menos 3000 anos de idade.
-"Diga-me o que deseja saber"
Esta abordagem direta me desconcertou. Tudo o que eu sabia sobre
or?culos dizia que eles entregavam suas mensagens de uma forma
criptografada e amb?gua. De repente eu estava frente a frente com um
personagem de 3000 anos de idade que me oferecia respostas e eu n?o
sabia o que dizer. Resolvi perguntar simplesmente:
-"Eu desejo saber porque fui transformada e porque fui trazida a este
mundo". S?bila come?ou uma longa est?ria:
-"Quando o grande Deus do levante ascendeu ao poder a maioria dos
entes m?gicos partiu deste mundo, aqueles viciados na adora??o humana,
sa?ram desta realidade para uma alternativa, aquela onde voc? viveu a
transforma??o."
-"Alguns deles, entretanto, decidiram ficar por aqui, prestando
vassalagem, entre estes estavam os mais poderosos: Gaia, o esp?rito da
Terra e Nyx, o esp?rito da noite."
-"Gaia possui algum grau de presci?ncia e ela sabia que teria
problemas no futuro".
-"Ela ent?o solicitou que Nyx ordenasse a suas filhas, as Moiras:
Clotho, Lachesis e Atropos, as fiandeiras do destino dos homens, que
criassem o anel do destino que voc? usou."
-"O anel do destino ficou disfar?ado de um instrumento f?til, at? que
chegou o dia em que foi necess?rio".
-"Gaia est? doente, o homem a faz doente".
-"Voc? foi trazida a este mundo para produzir o ser que ir? curar Gaia
e que ir? restaurar o balan?o em suas rela??es com a humanidade."
Ap?s terminar este longo discurso ela desvaneceu. Eu tentei dizer
"espere, eu tenho mais perguntas", mas j? era tarde demais.
Ent?o era isto, eu estava nesta confus?o para trazer P? a este mundo,
como uma esp?cie de campe?o ecol?gico. N?o havia, portanto, esperan?a
de terminar isto antes que meu filho nascesse e talvez demorasse ainda
mais.
Antes de retomar meu relato eu preciso contar como eu me livrei do meu
"problema" com os homens. Minha experi?ncia com o garoto me mostrou
que eu tinha a habilidade de manipular os impulsos sexuais que eu
emitia, da mesma forma com que eu me comunicava com as ?rvores. Quando
eu ainda estava na Alemanha eu resolvi testar esta hip?tese.
Era um dia ensolarado de in?cio de outono, luminosos mas n?o t?o
quente como o ver?o anterior. As ?rvores se mostravam cansadas e seu
estado de esp?rito era "sonolento", certamente se preparando para a
longa hiberna??o do inverno. Eu decidi me vestir apropriadamente.
Tomei um longo banho de banheira, lavando at? mesmo meu cabelo sem
medo. Nesta altura eu j? possu?a uma farm?cia inteira e, ? claro,
secador de cabelos e escova. Escolhi uma bela e delicada blusa branca.
N?o usei soutien de prop?sito neste dia, mas o tecido da blusa era
grosso o suficiente para que meus seios ficassem apenas impl?citos. Eu
considerei acertadamente que isto teria um efeito sensual
interessante. Escolhi uma saia longa de colora??o amarelo alaranjada
que combinava bem com a blusa. Calcei botas aveludadas de cano longo
com saltos do tipo stilleto, que havia comprado especialmente para
esta ocasi?o. Usava uma calcinha sensual (n?o estava pronta ainda para
sair ? rua sem usar calcinha). Fiz uma maquiagem bem leve. Eu estava
deslumbrante.
Eu procurei o primeiro caf? das redondezas. Sentei-me nas mesas da
cal?ada aproveitando a luz do sol e exibindo meu corpo. Pedi um
capuchino e comecei a tom?-lo. Eu estava atuando no papel de uma
secret?ria entendiada que curtia alguns minutos antes de retornar para
casa. Haviam alguns homens no caf?, incluindo o gar?om e eu obviamente
n?o desejava que eles pulassem sobre mim para me estuprar. Ent?o eu me
concentrei fortemente em n?o enviar impulsos sexuais. Funcionou.
Consegui pagar a conta sem que o gar?om me atacasse, mesmo assim notei
que ele observava atentamente meus seios. A primeira parte do teste
fora bem sucedida.
A seguir comecei a me concentrar nos homens ao redor de mim. Agora ,
com mais tempo, percebia-os da mesma forma como percebia as ?rvores
(percebo que isto n?o ? muito lisonjeiro para com meu antigo g?nero).
Um bonitinho com cerca de 35 anos sentava-se cerca de cinco metros ?s
minhas costas e lia o jornal do dia. Comecei a me concentrar naquele
ponto. Sentia que, de tempos em tempos, ele levantava os olhos do
jornal para me observar. Ent?o eu relaxava a concentra??o e ele
hesitava,voltando ? leitura. Ficamos assim por uns cinco minutos, at?
que ele teve um gesto ousado. Levantou-se e veio at? minha mesa. Ele
disse:
-"Senhorita, posso me sentar consigo, n?o pude deixar de notar como ?
bonita!"
Respondi:
-"? claro, obrigada pelo cumprimento, sente-se".
Come?amos uma conversa animada e eu continuei a modular os impulsos. A
?ltima coisa que eu queria ? que ele pulasse sobre a mesa para fazer
sexo comigo. Finalmente chegamos ao ponto em que nos beijamos.
Concordamos em procurar algum hotel ali perto. Procuramos um lugar
(n?o aquele onde estava morando, ? ?bvio) . Nos registramos como
marido e mulher (o funcion?rio do balc?o j? estava acostumado) e
subimos ao quarto. Beijamo-nos ardentemente ao longo do caminho e eu
tinha que me concentrar fortemente para n?o rasgar minhas pr?prias
roupas. Nos despimos rapidamente e fizemos sexo animal. Eu percebi que
podia trat?-lo como um toreador trata um touro. Ele estava bastante
duro, mas usando meus impulsos eu conseguia faz?-lo ficar mais duro
ainda, al?m de segurar seu orgasmo. Enquanto isto eu mesma ia tendo
meus m?ltiplos orgasmos. Finalmente eu o liberei e ele despejou rios
de esperma dentro de mim.
Ap?s terminar ele se virou, ofegante, para o outro lado e disse algo
que me preocupou:
-"Meu Deus, como voc? ? gostosa, muito mais que minha esposa,
precisamos fazer isto mais vezes, diga seu nome!".
Percebi em que enrascada eu estava me metendo. Resolvi usar o mesmo
procedimento que o do garoto. Puz minha m?o no seu ombro direito e
disse:
-"Esque?a-se de tudo sobre mim, vista-se, v? para casa, d? ? sua
esposa uma noite inteira de sexo selvagem e permane?a fiel a ela!"
Ele se levantou, assim como seu p?nis, vestiu-se como um son?mbulo e
saiu do quarto, provavelmente em dire??o ? sua casa. O safado queria
fazer de mim sua amante!
De volta ? Gr?cia, ap?s Delphi eu me encontrei com Phillip que voltava
de sua miss?o. O casamento seria em uma capela pequena, de uma ilha
igualmente pequena, perdida no meio do mar Egeu. Esta capela era
dedicada a uma obscura santa ortodoxa de quem eu dizia ser devota, por
isto me decidira casar l?. A verdade era que a ilha era t?o pequena
que nem mesmo hotel tinha. Ficamos hospedados em uma casa de fam?lia
que alugava uma su?te para turistas na temporada de ver?o. Uma est?ria
triste sobre "como perdera meus pais em um acidente de carro quanto
ainda era pequena e como eu realmente desejava que algu?m os
representasse" fez maravilhas e logo n?o apenas eu tinha pai e m?o
substitutos como tamb?m uma numerosa fam?lia grega.
Contratamos um garoto local para nos filmar e pedimos que nos filmasse
? dist?ncia por motivos religiosos. Deu certo, a filmagem foi t?o ruim
que ningu?m poderia dizer que Phillip n?o era eu. Casamos na bela
cerim?nia ortodoxa e devo confessar que foi um momento emocionante.
Nunca sequer cogitara me casar enquanto era homem, mas agora me sentia
feliz por participar desta festa. A cerim?nia civil aconteceu no mesmo
local. Eu era ent?o a Sra. Richard Hoffmann, mais especificamente,
Dryope Hamadriadis Hoffmann. Durante a cerim?nia Phillip teve que me
beijar. Senti sua hesita??o, ele temia perder o controle de novo, mas
quando ele percebeu que podia me beijar normalmente ficou t?o aliviado
que quase ouvi seu suspiro.
Ap?s o casamento nos separamos, eu, supostamente, tinha que retornar
para os procedimentos de matricula. "Richard" continuara na Gr?cia
para supostamente, fazer uma caminhada em um parque natural no norte
do pa?s. Ap?s a matr?cula eu "retornaria" ? Gr?cia, para continuarmos
a lua de mel. Na verdade fizemos isto para que eu tivesse um ?libi
s?lido. Eu cuidadosamente comunicara por e-mail a todos os meus amigos
como eu adorava caminhadas na natureza e meus planos de visitar aquele
parque natural. Oficialmente eu recebi a not?cia de seu
"desaparecimento" na Alemanha. Mostrando um desespero fingido fui at?
o local e me juntei ?s equipes de busca, mas nada foi encontrado,
exceto pelas pistas cuidadosamente deixadas por Phillip na trilha, que
parecia indicar que ele ca?ra em um precip?cio. Dez dias depois as
buscas foram encerradas e Richard foi declarado oficialmente, pessoa
desaparecida.
Na verdade hav?amos planejado tudo isto. Phillip usara seu tempo fora
do radar para preparar nosso plano de fuga. Ele ? um excelente
andarilho e aprendeu tudo o que podia para percorrer aquela trilha em
um tempo tr?s vezes mais r?pido que o normal. Na segunda vez ele fez
isto, deixando as pistas ao longo do caminho. Foi para outro hotel,
tingiu seus cabelos usando a cor natural, vestiu-se em sua fantasia de
Drag Queen e voou para a Indon?sia, para terminar os 15 dias de f?rias
que ainda faltavam daqueles tr?s meses que havia "ganho".
O pior de tudo isto foi ver a rea??o de minha m?e. Ela chorava toda a
vez que se lembrava de mim e eu chorava tamb?m, impossibilitada de
consol?-la com a verdade. O desaparecimento, ? claro, era essencial
para meus planos: quando (ou se) eu retornasse ? forma masculina
poderia dizer que sofrera de amn?sia ap?s aquela queda. Por falar de
minha m?e. O fato de que eu (Dryope) era grega, mediterr?nea, e
portanto com permiss?o de mostrar meus sentimentos, quebrou uma
barreira emocional que eu tinha em rela??o a ela, que constru?ramos ao
longo de toda a minha vida. Eu me tornei "a filha que ela sempre
desejara, mas nunca tivera". Eu finalmente a abra?ava, beijava e
demonstrava que a amava, pelo menos era uma esp?cie de compensa??o
para a dor que eu causara.
Cap?tulo 5: Resultado
A parte legal do meu casamento n?o deu problema. Houve, ? claro, um
inqu?rito, mas a conclus?o foi que eu n?o tive nenhuma
responsabilidade sobre o desaparecimento de "meu marido" e que o
casamento era legal perante as leis alem?s. Assim tive acesso aos bens
"de Richard". Claro, antes de me casar eu havia escrito para o gerente
de meu banco pedindo para dar toda a assist?ncia necess?ria ? "minha
esposa".
Eu fiquei preocupada com a gravidez. Aborto era completamente fora de
quest?o, quem sabe o que aconteceria se eu tentasse matar um ente
m?gico? Eu tamb?m n?o sentia nenhuma vontade de terminar aquela
gravidez, mesmo considerando a forma como ela se iniciara. Assim que
poss?vel comecei com os exames pr?-natais e n?o sosseguei enquanto n?o
foi poss?vel fazer o exame de ultrassom. Pedi para o operador se
concentrar principalmente nos p?s e na testa do beb? (que, obviamente
era um menino). Ele primeiramente pensou que eu estivesse louca, mas
eu lhe contei que o pai tinha algumas deformidades naquelas ?reas e
ele finalmente cedeu. Acontece que Peter (este era o nome que dei a
meu beb?, referindo-me a uma outra lenda) sempre se mostrou um beb?
humano normal, sem evid?ncias de patas de bode ou chifres. Eu, mesmo
assim, n?o fiquei satisfeita e somente sosseguei depois que o m?dico
ordenou um caro perfil gen?tico do l?quido amni?tico. N?o houve
equ?vocos desta vez, meu filho ? 100% humano. O poder por tr?s de
minha transforma??o pelo menos foi sensato o suficiente para n?o
permitir o nascimento de um s?tiro no mundo moderno.
O nascimento foi f?cil e r?pido. Parece que, afinal de contas, ser um
ente mitol?gico tem l? suas vantagens. Logo percebi que n?o voltei a
ser Richard Hoffmann. Para falar a verdade, naquela ?poca j? estava
perfeitamente adaptada ? vida de Dryope e n?o desejava mais voltar ao
corpo masculino. N?o podia mais mentir para mim mesma, n?o apenas o
sexo como mulher era fenomenal, como tamb?m eu adoro apresentar toda
minha feminilidade ao mundo. Eu aprendi, por exemplo, o prazer de
amamentar meu filho. Nem pensar em usar aquelas porcarias sint?ticas
que se vende em supermercados! Batizei Peter como Peter Hamadriadis
Hoffmann (sempre fui um grande f? de ironia e sarcasmo).
O tempo passou e eu me formei na universidade. Continuei no doutorado
e o t?tulo de minha tese foi "Conceitos ecol?gicos e de preserva??o da
natureza nos mitos gregos antigos" e os personagens principais eram,
evidentemente, as Ninfas. Quando meus investimentos come?aram a
minguar perigosamente eu decidi come?ar a trabalhar. N?o conseguia
mais me acostumar ? vida de vadiagem que eu tivera como homem. Comecei
a trabalhar para uma ONG preservacionista. Logo eu me tornei a
militante mais combativa da organiza??o. Eu fico particularmente
furiosa quando descubro que fundos de preserva??o da floresta tropical
s?o desviados para enriquecer o bolso de pol?ticos. Uma vez usei meu
poder de Ninfa para fazer um deles (que havia roubado uma soma
consider?vel de dinheiro saindo impune) se tornar um travesti que
adora praticar sexo anal em p?blico (pois ?, eu consigo fazer isto
tamb?m).
Meu filho tem alguma empatia por animais, assim como eu o tenho com as
plantas, mas atualmente eu duvido que ele seja filho do s?tiro. Quando
eu olho para ele, vejo Phillip. ? claro que nunca contei nenhuma
destas d?vidas a Phillip. Ele certamente teria um chilique se
descobrisse ser pai de Peter. ? claro que tenho o perfil gen?tico de
Peter e n?o seria dif?cil pegar uma amostra do DNA de Phillip para um
teste de paternidade, mas escolhi n?o faz?-lo. ? melhor que Phillip
continue sendo o "tio Phillip", por enquanto.
Hoje em dia minha maior alegria ? ver a amizade e o amor que existem
entre minha m?e e Peter. O meu "desaparecimento" ainda cala
profundamente nela, mas com nossa influ?ncia, quer dizer, de Dryope e
de meu filho, ela finalmente encontrou algum amor. Ela est? muito
melhor sem o chato do filho alem?o que nunca a abra?ou e beijou.
Eu penso constantemente no que S?bila falou em Delphi. Tanto eu quanto
Phillip assumimos sem pestanejar que a "criatura que traria o balan?o
nas rela??es do homem com Gaia" seria meu filho, mas vendo minha
pr?pria a??o em defesa do meio ambiente e do fato ?bvio de que sou eu
que tenho poderes m?gicos, estou come?ando a acreditar que este ser
sou eu mesma.
Fiquei triste quando descobri que H. n?o seria indicada. N?o que eu
tenha algum apre?o pela velha bruxa, minha inten??o era usar seu
marido para gerar algum tipo de esc?ndalo sexual para chantage?-la em
assinar o protocolo de Kyoto ou coisa semelhante. Se bem que tudo o
que eu ouvi falar do Bill me diz que n?o precisaria nem mesmo de meus
poderes m?gicos para isto. O outro tem um discurso interessante, mas
agora, principalmente depois da Deep Water, talvez esteja na hora de
eu dar um pulinho em Washington. Cuide-se, M.!
O FIM
Would you like to read this story in english? I felt deeply offended
by some of the coments made to my stories. I am the first one to
recognize that I cannot write a full text about everyday life in
english without making mistakes and I don?t care if people tell me
which errors I made and I already corrected some of them in Time
Traveler, thanks to readers who pointed them to me. What I don?t
accept is destructive cristicism. Anyway I thought that this community
would be more tolerant regarding differences than in other cases, but
I see this is not perfectly true. I would say that the main issue in
fictiomania is about the stories and not the language. Language is a
tool to tell the stories, but I stress again, no one is forced to read
my stories. If you find some error in my english stories, please tell
me. You can use the review page, I don?t care, but if you want to send
something more extensive, send a message to my e-mail which is
sylvia.wechsel at gmail. Thank you for your patience.